sexta-feira, 23 de março de 2018

As Novas Armas da Rússia (2): Resumo das armas

organização de Ruben Bauer Naveira
Este é o segundo artigo da série “As Novas Armas da Rússia”, que busca apresentar ao público brasileiro a nova realidade mundial inaugurada pelo discurso do presidente da Rússia Vladimir Putin no dia primeiro de março, o qual marca uma ruptura histórica de consequências imensuráveis para todo o mundo inclusive o Brasil: os Estados Unidos já não detêm mais a supremacia militar no planeta, e os seus dias de superpotência estão contados.
Esta série é também composta pelos seguintes artigos:
– As Novas Armas da Rússia (3): Implicações militares (análise por Andrei Martyanov)
– As Novas Armas da Rússia (4): Implicações políticas (análise por The Saker)
– As Novas Armas da Rússia (5): Implicações para o Brasil (análise por Ruben Bauer Naveira)

As Novas Armas da Rússia (2): Resumo das armas
No dia 01 de março, o presidente Vladimir Putin proferiu seu discurso anual “O Estado da Nação” perante a Assembleia da Federação Russa, e revelou os seis novos sistemas estado-da-arte em armas estratégicas do país.
Segundo Putin, as armas avançadas baseiam-se em extraordinárias realizações tecnológicas. Uma delas é uma “unidade miniaturizada de energia para alto desempenho”, a qual permite o desenvolvimento de “um sistema de armas nucleares estratégicas com um míssil movido a energia nuclear”.
Trata-se de um “míssil de tipo ‘invisível aos radares’, que voa a baixa altitude e transporta uma ogiva nuclear. Ele possui um alcance praticamente ilimitado, trajetória não previsível e capacidade para contornar os perímetros conhecidos de interceptação. É invencível contra todos os sistemas, existentes e em estudo, de mísseis de defesa antimísseis e antiaéreos. O míssil é manobrável pelo tempo que se faça necessário”. Ele foi lançado com sucesso no Campo Central de Testes no final de 2017.
O sistema lançado por aeronave de mísseis hipersônicos de alta precisão Kinzhal. O míssil voa a velocidade hipersônica, dez vezes mais rápido que a velocidade do som; ele pode manobrar em todas as suas fases da trajetória de voo, o que também possibilita superar sistemas de defesa antiaérea e antimíssil, carregando ogivas nucleares e convencionais em um raio de alcance de mais de dois mil quilômetros. No dia 01 de dezembro de 2017, esses sistemas entraram em testes operacionais a partir das bases do Distrito Militar Sul da Rússia.
Um veículo submersível intercontinental não-tripulado movido a energia nuclear, que pode navegar a grandes profundidades por entre os continentes, movendo-se em velocidade muitas vezes superior à velocidade de submarinos, torpedos de último tipo e todos os tipos de naves e embarcações de superfície, inclusive algumas das mais rápidas, podendo transportar ogivas nucleares e convencionais. Uma unidade inovadora de propulsão a energia nuclear para esse submersível não-tripulado completou um ciclo de testes em dezembro de 2017.
O sistema de míssil hipersônico estratégico Avangard – uma “asa-planadora”, testada com sucesso, com autonomia para voo intercontinental em velocidades supersônicas acima de Mach 20. O bloco asa-planador de cruzeiro pode percorrer distâncias intercontinentais; é altamente manobrável – lateral e verticalmente –, praticamente em condições de formação de plasma. A temperatura na sua superfície atinge entre 1.600 e 2.000 graus Celsius.
O míssil balístico intercontinental superpesado Sarmat, que pesa mais de 200 toneladas e tem fase de arranque curta, o que torna mais difícil a interceptação por sistemas de mísseis de defesa. Ele é equipado com uma ampla gama de poderosas ogivas nucleares, incluindo ogivas hipersônicas, além dos mais modernos meios para evasão em relação a mísseis de defesa. O Sarmat tem alcance praticamente ilimitado.
Além disso, desde 2017, os soldados russos já estão equipados com armas com laser. Sobre elas, “eu não quero revelar mais detalhes, porque ainda não é hora. Mas os especialistas entenderão que, com tais armas, a capacidade de defesa da Rússia foi multiplicada”, disse Putin, que acrescentou: “Há muito mais ainda em desenvolvimento” do que ele revelou, “mas, por ora, já é suficiente”.
As armas reveladas já ultrapassaram as fases de testes, entraram em uso e foram postas em testes para combate. Elas serão usados para dois propósitos principais:
– Para interceptar mísseis estratégicos de um possível agressor, em diferentes altitudes;
– Para permitir às forças nucleares estratégicas conduzir ataques por meio de veículos aéreos, aeroespaciais e submersíveis. Esses veículos serão usados para superar defesas de mísseis e para infligir dano inaceitável às forças armadas e à infraestrutura do inimigo. Eles podem atacar vários alvos no coração do território inimigo, para destruir grupos de aeronaves, fortificações costeiras, quartéis-generais, possivelmente uma constelação de satélites e outros alvos.

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