sexta-feira, 1 de abril de 2011

O Cristianismo e o Nazismo: A Genesis do anti-semitismo.

“Acredito hoje que estou agindo de acordo com o Criador Todo-Poderoso. Ao repelir os Judeus estou lutando pelo trabalho do Senhor.” Adolph Hitler, Discurso, Reichstag, 1936

 O Padre alemão e professor de Teologia,Martinho Lutero(1483-1546), cujo é creditado por ter iniciado a Reforma Protestante, próximo de seus 40 anos, escreveu:
“Talvez eu consiga atrair alguns judeus para a fé cristã, pois os papas, bispos, sofistas e monges até agora os têm tratado tão mal que se eu fosse Judeu e visse esses idiotas, estabelecendo normas e ensinando a religião cristã, eu preferiria ser um porco a ser cristão. Pois esses homens trataram os judeus como cães, e não como seres humanos.
Lutero declaro tais palavras no inicio do período da Reforma, quando ele ainda era muito jovem. Nos anos seguintes, entretanto, ele ficaria cada vez mais irritado com o fato de que os judeus, ao lado de quem ele se colocara contra os preconceitos da Igreja Católica Romana, recusavam terminantemente a se converter ao Cristianismo. Vinte anos mais tarde, amargurado e desapontado, Lutero escreveu estas palavras inacreditáveis a respeito do povo que um dia defendera:
"Em primeiro lugar, as suas sinagogas deveriam ser queimadas...
Em segundo lugar, as suas casas também deveriam ser demolidas e arrasadas...
Em terceiro, os seus livros de oração e Talmudes deveriam ser confiscados...
Em quarto, os rabinos deveriam ser proibidos de ensinar, sob pena de morte...
Em quinto lugar, os passaportes e privilégios de viagem deveriam ser absolutamente vetados aos judeus...
Em sexto, eles deveriam ser proibidos de praticar a cobrança de juros sobre empréstimos...

Em sétimo lugar, os judeus e judias jovens e fortes deveriam pôr a mão na debulhadeira, no machado, na enxada, na pá, na roca e no fuso para ganhar o seu pão no suor do seu rosto...Deveríamos banir os vis preguiçosos de nossa sociedade ... Portanto, fora com eles...
Resumindo, caros príncipes e nobres que têm Judeus em seus domínios, se este meu conselho não vos serve, encontrai solução melhor, para que vós e nós possamos ver-nos livres dessa insuportável carga infernal - os Judeus."


Com essas palavras, e a atitude assustadora por trás delas, o alemão Lutero lançou os fundamentos do anti-semitismo do Terceiro Reich.
Muitos de seus compatriotas puderam afirmar, séculos depois, que estavam seguindo a orientação de Lutero ao incendiarem sinagogas judaicas durante a Kristallnacht ["Noite dos Cristais"], episódio que se tornou o ponto de partida para acontecimentos muito piores [durante o tempo do nazismo].
A semente do holocausto nasceu na reforma protestante!
Qualquer que conheça historia e estude seriamente o cristianismo sabe que Hitler era cristão e se apegou nos evangelhos para promover a perseguição aos semitas.
Existe, por exemplo, passagens no Novo Testamento totalmente anti-semita como:


"Quanto, porém, a esses meus inimigos, que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui e executai-os na minha presença. " [Lucas 19:]

Ou como a passagem onde Jesus chama os judeus de "filhos do diabo".
Ahhh, mas ai irão dizer: " A Igreja católica realmente cometeu absurdos como as cruzadas e o apoio a Hitler, nos, os evangélicos protestantes jamais faríamos tais coisas", mas vejamos....
Martinho Lutero por exemplo escreveu o livro “Sobre os Judeus e Suas Mentiras”, um tratado anti-semita no qual ele se refere aos judeus como “raça de víboras e filhos do diabo”.
A referência à “raça de víboras” pode ter sido extraída de Mat 12:34, enquanto que a referência à expressão “filhos do diabo” de João 8:44 .
Explicando a parábola proferida anteriormente na qual Jesus falava sobre certos “inimigos” seus que teriam dito que não desejavam que ele reinasse sobre eles [Luc 19:14], os versos 26 e 27 determinam a sentença proferida pelo “Príncipe da Paz” e “Amoroso Mestre” que ordenara o amor aé mesmo aos inimigos: a morte, a aniquilação.
Neste texto, inferem intérpretes cristãos, temos uma parábola, uma alegoria.
Correto – todavia, curiosamente a parábola foi tratada historicamente como um ‘mandamento’ de Jesus, uma ordem proferida por ele mesmo contra os que rejeitaram sua suposta condição de rei e messias --- e esses inimigos têm nome: JUDEUS!
Trata-se na verdade, de uma ordem [“trazei-os aqui”/”matai-os”] seguida de forma criteriosa por antisemitas ao longo da História; até certo ponto, podemos ‘desculpar’ Jesus e não fazer incorrer sobre ele a culpa do BANHO DE SANGUE que seguiu-se à história da Igreja, mas certamente Jesus estaria bem mais ‘desculpado’ caso tal frase INFELIZ tivesse JAMAIS sido proferida!
Outra ‘argumentação’ empregada por intérpretes cristãos é que a parábola refere-se a um tempo no futuro, quando da esperada ‘segunda vinda’ de Jesus, ocasião essa na qual o ‘juízo’ seria colocado em prática contra os ‘inimigos’ [leia-se “judeus”]. Todavia, a argumentação apresentada é FALHA pelo fato de que de acordo com o texto NÃO será ou não seria o próprio Jesus o ‘executor’ da pena, mas sim, seus “servos” [“e esses ‘servos” assim como os “inimigos” também têm nome: Cristãos!]
Será que alguém seria néscio o suficiente para teimar em dizer que a História não testemunha o exato, preciso e inequívoco “cumprimento” da sentença decretada por Jesus contra os “inimigos” [judeus] pelas mãos de seus “servos” [cristãos]? Creio que seremos poupados de falar aqui em maiores detalhes novamente de expulsões em massa, carnificinas, torturas, pogroms, calúnias de sangue, autos-de-fé, cruzadas, inquisições etc, etc – perpetradas indistintamente por mãos católicas e protestantes, quando não por ambas de comum acordo.
Existe muitos estudiosos cristãos que afirmam que as raízes do clássico antisemistismo arraigado no inconsciente coletivo da comunidade cristã deve ser encontrada nas páginas do Novo Testamento.
Alguns especialistas na área teológica, como a Dra. Rosemary Ruether e A. Roy Eckardt afirmam que o Novo Testamento por inteiro é antisemita, ao passo que outros, como o Dr. Gregory Baumm não acreditam na tese.
Há certos versos do Novo Testamento que descrevem os judeus de forma positiva, atribuindo-lhes salvação [João 4:22] ou amor divino [Rom 11:28], enquanto que outros têm sido usados para propósitos antisemitas.
Entre os versos considerados mais antisemitas estão aquele no qual “os judeus” aparecem incitando a crucificação de Jesus e pedindo que o seu sangue caísse sobre eles e seus filhos [Mat 27:25], e outro, no qual Jesus rotula judeus de “filhos do diabo” [João 8:44] como postei anteriormente.
A. Roy Eckardt afirma que o fundamento e as bases do antisemitismo cristão e a responsabilidade direta pelo Holocausto pesa sobre o Novo Testamento.
Eckardt insiste que o pedido de desculpas do cristianismo deve incluir um reexame das atitudes teológicas básicas contra os judeus como exaradas do NT a fim de que se possa lidar efetivamente com o problema do antisemitismo e prevení-lo.
A mensagem que estudiosos como Eckardt desejam passar é que, usando o NT como sua fonte autoritativa, o cristianismo estereotipou o povo judeu como o ícone da humanidade não redimida; tornaram-se assim a imagem do ‘cego espiritual’, do povo rebelde, carnal e perverso.
De acordo com esta visão, esta ‘desumanização’ e ‘demonização’ do judeu encontrada nas páginas do NT foi o fator principal que formou os pre-requisitos psicológicos para que se desencadeassem as atrocidades que vieram depois.
“O Novo Testamento” – escreve Harry Kimball, "é a fonte primária do antisemitismo”. "Os autores dos evangelhos," escreveu o historiador judeu Heinrich Graetz, "ao colocarem essas virulentas e odiosas palavras contra os preservadores do judaísmo na boca do próprio Jesus, caracterizaram-no assim como um inimigo ferrenho dos membros de sua própria raça, daqueles que não creram nele, atendo-se à sua própria fé ancestral."
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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA:
-Lillian Freudmann, Antisemitism in the New TestamentEckardt,
-A. Roy. Elder and Younger Brothers.Eckardt, A. Roy. Your People, My People.Shaye J.D. Cohen, From the Maccabees to the Mishnah, Westminster Press, 1987, pgs. 78, 93, 105, 108;
-John Dominic Crossan, The Historical Jesus: The Life of a Mediterranean Jewish Peasant, HarperCollins pgs. 34–35, 78, 166, 200; 

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